Doença de Jorge Lobo
- dermato2016
- 29 de nov. de 2015
- 2 min de leitura
Macapá, Amapá, Brasil
Referência (Scielo)
Uma mulher de 47 anos vivendo em Macapá foi admitida com uma lesão na face (região malar direita) de quatro anos de evolução. O exame físico mostrou nódulo queloidiforme (aspecto de quelóie).
O que é isso?
A doença de Jorge Lobo (lobomicose ou lacaziose) é uma micose crônica granulomatosa rara. Foi descrita pela primeira vez em Recife em 1931 pelo dermatologista Jorge Lobo. É mais comum nos paises das regiões intertropicais. Dados de 2006 demonstram maior prevalência no Brasil, Colômbia, Suriname, Venezuela, entre outros. Na América do Norte e Europa é raríssima.
Como é transmitido?
O fungo Lacazia loboi penetra através da pele após trauma e invade o a pele e o tecido subcutâneo. Cerca de 90% dos casos ocorrem em pessoas com atividades na floresta.
O que ele causa?
Depois que penetra a pele ele é atacado pelo sitema imunológico e forma-se então uma reação chamada granulomatosa, que faz com que a região cresca e fique endurecida. Ao longo do tempo pode se espalhar e formar outras lesões próximas à primeira. Evolui lentamente por anos e anos.
Geralmente em que parte do corpo aparecem as lesões?
Na imagem acima aparece uma mulher com uma lesão no rosto e outro paciente com lesão na mão. Pode ocorrer em qualquer lugar do corpo e geralmente ocorre nos lugares mais sucetíveis a traumas, como os pés, mãos e orelhas. Orelhas??? Sim, acontece que muitas vezes os trabalhadores levam cargas e mercadorias nos ombros que acabam arranhando as orelhas. Acredita-se que assim eles contraiam a doença.
Passa de pessoa pra pessoa?
Não. A literatura admite até o momento que a transmissão é feita apenas através de inoculação por trauma (arranhões, cortes etc.). Por exemplo, pessoas que convivem com um doente por muito tempo e os próprios familiares, não contraem a doença.
Então, como se trata?
O tratamento é feito através de cirurgia para retirada das lesões endurecidas e de ingestão de medicamentos antifúngicos para 'matar' o microorganismo. Demora alguns meses para melhorar completamente.
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